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Giuliane Gabaldo

Advogar é saber fazer boas escolhas

Nessa semana conversei com uma advogada que acabou de se se formar. Na verdade, ela já tem um ano de formada e, desde então, vem atuando na advocacia.


Segundo ela, o Direito foi uma escolha de criança, mas, quando a mãe passou por uma situação jurídica complicada, ela decidiu que se formaria e assumiria a causa em defesa de sua genitora. E foi exatamente isso o que aconteceu. Formou-se e começou a peticionar (num processo em curso, é bom de frisar!)


Ocorre, no entanto, que depois de algum tempo na condução desse processo, ela se viu de mãos atadas, porque o feito, que já tramitava há muitos anos, não lhe proporcionava muitas opções de defesa. As decisões não lhe eram favoráveis. Os agentes do processo pareciam não lhe ouvir.


Foi então que ela começou a desanimar. Mas, mais do que isso, ela adoeceu. A ansiedade tomou sua mente e, junto, veio o desapontamento com a própria profissão.

Mas será que foi mesmo a advocacia a causadora disso tudo? Ou foram as escolhas erradas da recém advogada? Vamos aos fatos.


Primeiro, ela assumiu uma causa em que sua mãe figurava como uma das partes. Você já ouviu dizer que médico não atende familiares? Pois é. Também não se recomenda que a gente assuma processos em causa própria, ou aqueles que vão impactar diretamente o nosso emocional. Por razões obvias. Muitas vezes a gente não vai conseguir separar o pessoal do profissional e vai, infelizmente, adotar medidas equivocadas. Não que isso ocorra de fato, mas há grandes chances!


Segundo, ela assumiu um feito já em andamento. E digo, com muitos erros técnicos, como, por exemplo, a perda do prazo de defesa. Não digo que não podemos assumir um processo com falhas. Mas, quando isso acontece, temos que ter em mente que somos limitados juridicamente. Não dá – a lei não deixa! – pra lutar com todas as armas que temos à nossa disposição. Ou seja, a gente tem que escolher estratégias dentro daquilo que ainda pode ser feito. Até porque, no final, há sempre a possibilidade do bom (ou já não tão bom) e velho acordo.


A advocacia não é apenas estudo. Também não é somente escrever ou falar no Tribunal. O advogado tem que ser criativo, pensar em estratégias, antecipar problemas, controlar prazos e respirar. Respirar fundo e sempre.



É só saber fazer boas escolhas!  

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